Domingo, 15 de Janeiro de 2006

Sextas-Feiras...

metro.jpg

Adoro crianças. Especialmente aquelas espevitadas, que posso provocar e que consigo um retorno verdadeiramente delicioso.
Mas confesso que algumas até para mim são demais.
Hoje e porque estava a observar uma que estava no café perto de mim, lembrei-me de uma situação que se passou comigo e com uma dessas crianças.
Foi numa das muitas sextas-feiras em que estava verdadeiramente estafada. Que levantar um braço é um sacrifício, que esticar uma perna um desafio, na verdade a única coisa que não me custa é rir.
Apanhei o metro e sentei-me num banco ao lado de um rapaz. À minha frente tinha uma menina de aproximadamente 7 anos e ao seu lado a mãe.
Como nesse dia estava mesmo cansada e stressada resolvi colocar uns «phones» para ouvir um pouco de música e desligar-me.
Assim que os coloquei a menina que estava á minha frente tocou-me no braço e perguntou-me:

- Como te chamas???

Tirei os «phones» e respondi, enquanto a mãe sussurrava qualquer coisa ao ouvido da menina.
Voltei a colocar os «phones», nem um segundo passou e ela tocou-me novamente no braço. Retirei os «phones» e ela perguntou:

- Que idade tens????

Voltei a sorrir, respondi e coloquei os «phones», posso-vos assegurar que era uma criança q.b. curiosa e por muito que a mãe dissesse:

- ÓOO Ana Rita deixa a senhora. A senhora está a ouvir musica.

Enquanto eu deitava um sorriso em sinal de agradecimento à mãe da menina por ter reparado que a filha me estava a incomodar. A Ana Rita não desistia!!!!

Bom passado uns minutos de tanto tirar os «phones» (aliás já me doía as orelhas de tirar e colocar), responder ás perguntas da menina e ver o ar exasperado da mãe que de forma alguma conseguia travar a curiosidade da menina, acabei por guardar os «phones» na mala e predispus-me a dar toda a atenção à Ana Rita.

Óbvio que enquanto isso as pessoas sorriam e lá iam comentado que tinham filhos da mesma idade, que eram todos iguais e blá blá…

Enquanto isso o rapaz ao meu lado sorria timidamente e depois de ver que fui literalmente obrigada a jogar à sardinha com a menina, comecei a vê-lo a mexer-se no banco.

E tinha razão para isso, é que a curiosidade da Ana Rita relativamente à minha pessoa começava-se a esgotar e ela já tinha lançado umas perguntas ao meu vizinho do lado que se mantinha completamente em silêncio e «siderado» nessa altura.

Lembro-me que o rapaz muito arrumadinho no seu fato, fartava-se de olhar para o mapa das estações, na esperança que a dele chegasse mais rápido.

Pois… mas Ana Rita era rápida. Voltando-se para o rapaz disse que queria fazer uma lenga-lenga com ele e isto fazendo aquela brincadeira de meninas em que elas batem as mãos.
Confesso que por pouco não em desmanchei a rir, com o ar verdadeiramente assustado do rapaz. Ele respondeu numa voz sumida:

- Eu não sei…

A mãe da Ana Rita disse mais uma vez para a menina ficar quieta. Mas a Ana Rita não desistiu e fez uma pequena demonstração comigo de como a coisa funcionava.
Confesso que nesta altura estava verdadeiramente deliciada e divertida.

O rapaz continuava a dizer que não sabia. Até que eu tive uma intervenção divinal:

- Olhe, coloque as mãos em posição e a Ana Rita bate nas suas e depois a lenga-lenga é fácil. Dizemos os três a lenga-lenga!!!!

A Ana Rita bateu as palmas deliciada (ouvi algumas gargalhadas) e o rapaz lançou-me um olhar de incredibilidade. Bom de qualquer das formas a minha reputação de senhora séria já era, (foi-se com o jogo da «sardinha») não tinha muito a perder e nunca, mas nunca, perco uma oportunidade de me divertir!!!

Pois é…correu bastante bem!! Apesar do rapaz ser um pouco desajeitado, de qualquer das formas julgo que as gargalhadas que se ouviram também não ajudaram muito.

A Ana Rita saiu primeiro que nós os dois e marcou encontro para o dia seguinte ( confesso que passei a apanhar um metro que passava 15 minutos antes ou 15 minutos depois), o rapaz saiu a seguir mas antes mesmo de sair voltou-se para trás e perguntou:

- Desculpe, qual foi o horário do metro que a senhora e aquela menina apanharam???!!!

Lembro-me que as portas se fecharam (sem que eu tivesse respondido) e até chegar à minha estação não consegui parar de rir.








Decreto-Lei decretado por PrincesaVirtual às 18:33

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De Anónimo a 17 de Janeiro de 2006 às 17:57
que bela história... quando eu era puto um dia no comboio passou uma mulher com um enorme nariz e eu disse bem alto para o comboio em hora de ponta ouvir "ó mãe olha ali o pinóquio"... felizmente a senhora não levou a mal... e assim comecei a dizer merda desde cedinho... ora entao um grande bem hajaInsolente
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