Quinta-feira, 26 de Maio de 2005
Eu inventei uma história de «boca». Uma história de crianças. Há anos que ela está na minha cabeça e que eu a conto. Não tem nada de especial, mas as crianças gostam.
Resolvi passa-la para o «papel» e colocá-la aqui.
Prestem atenção, sentem-se e sintam-se crianças que eu vou contar-vos a minha história de «boca»...
beijos e até ao meu regresso que eu vou para NY NY :)
Era uma vez um malmequer
O malmequer desta história é especial, ele era o responsável por todas as flores do pequeno jardim da «Quinta dos Malmequeres».
Era um jardim pequeno, perdido no meio da enorme quinta, mas um recanto encantador. Nas tardes de verão quando soprava a brisa, as flores do jardim balouçavam suavemente e por entre as suas pétalas entoavam melodias, doces, encantadoras e cheirosas. Os dias eram passados assim, calmos e tranquilos.
Mas naquela tarde de Verão tudo mudou. Nem em 100 anos aquele «jardim» irá esquecer.
O Joãozinho tinha vindo passar as «férias» à casa dos avós. Desde esse dia que a vaca deixou de mugir, as galinhas de cacarejar, as ovelhinhas de balir, os patos não se aventuravam a sair para o lago.
Até a brisa deixou de soprar !!!!
E quando soprava trazia as palavras dos animais da quinta até ao pequeno recanto, ao jardim do «malmequer» e contava assim a brisa num sussurro: - «...fujam vem ai o Joãozinho...o Joãozinho puxou o rabo ao cão Tobias...arrancou as penas á galinha Antónia...puxou os bigodes do gato Pom-Pom...».
Mesmo em pleno Verão, as flores gelavam de terror, cada vez que a brisa sussurrava.
E dizia a rosa Ai e se o Joãozinho descobre o nosso jardim? Que vai ser de nós? E todas as flores balançavam os caules nervosamente. A Tulipa choramingava: - E que vamos nós fazer???? Quem nos ajudará??.
O nosso malmequer insurgia-se nestes momentos do alto do seu majestoso caule, com as suas pétalas brancas brilhantes e luzidias e dizia: - «Ora meninas e meninos acalmem-se esqueceram-se que o nosso jardim é um recantozinho perdido no meio do nada??? Ninguém nos vai encontrar ou perturbar
». E empertigava-se o mais que podia em direcção ao Céu e ao Sol, para que as suas pétalas reflectissem e transmitissem ás flores a sua confiança.
Mas um dia o Joãozinho descobriu o jardim. Soltou um grito de deleite com a sua descoberta e correu em direcção ao jardim do «malmequer». Pétalas de mil cores voaram, formando um arco-íris no céu
e no fim apenas restou o silêncio, a tristeza. O jardim tinha sido destruído. Nem o nosso «malmequer» fugiu a esta triste sorte. Parte das suas pétalas outrora brancas e luzidias jaziam no chão. Ouviam-se queixumes, choros
.
O tempo passou, os caules endireitaram-se, as pétalas nasceram e o jardim voltou novamente a viver como outrora. E o nosso malmequer jurou que nunca mais alguém iria maltratar os seus amigos e amigas.
As estações passaram e o Verão regressou e com ele regressaram as lembranças. E o Joãozinho mais uma vez regressou e com ele os sussurros da brisa que contava as histórias das suas maldades. Mas agora o nosso «malmequer» estava preparado, e nem os queixumes dos seus amigos o perturbava. E um certo dia o João surgiu novamente no jardim. As flores tremeram, gelaram. O Joãozinho soltou um novo grito de «deleite» e avançou.
Mas algo aconteceu o caule do «malmequer» transformou-se numa «liana» e multiplicou-se, e cada uma delas enrolara-se nos pés e braços do Joãozinho. E sem saber como o Joãozinho viu-se deitado e preso no chão. O malmequer avançou então e disse: - «Joãozinho és um menino mau. O que fazes não tem perdão. Maltratas os animais, estragas as plantas. Nós também sentimos e sofremos. Mereces um castigo».
O Joãozinho esperneava, gritava
mas continuava preso até que já muito assustado disse: -« tu és um malmequer, tu não falas, deixa-me ir embora» e continuou - « mãe, mãezinha ajuda-me».
Ouviu-se então voz da mãe do Joãozinho que se aproximava e também o chamava. Em três tempos as flores voltaram ao que eram e o que a mãe viu foi apenas um menino deitado no chão do jardim, a espernear. A mãe ficou tão zangada com o Joãozinho que o castigou o resto das férias, pelo facto de ter tentado estragar novamente o jardim e também porque agora tinha começado a inventar histórias sobre flores que falavam.
Era isto que a brisa agora trazia ao jardim do «malmequer».
E também que o Joãozinho tinha apreendido a respeitar os animais e plantas.
E assim nas tardes de verão quando a brisa passava as flores do jardim voltaram novamente a balouçarem-se suavemente e por entre as suas pétalas entoavam melodias, doces, encantadoras e cheirosas.
Os dias voltaram a ser novamente calmos e tranquilos.
Terça-feira, 24 de Maio de 2005
Hoje apetece-me «aquele abraço» por isso mesmo sem muito tempo para estas bloguices deixo aqui um poema do meu amigo ML :)
Há quem goste de abraços ao acordar
Há quem goste de abraços pela manhã
Outros gostam mais à tarde ou mesmo à tardinha
À noite à despedida
Há quem goste ao amanhecer
Ou ainda ao entardecer
Há quem goste de abraçar
E há quem goste sobretudo de ser abraçado
Há quem goste de um abraço
Há quem goste de muitos abraços
E quem goste de aquele abraço
Há quem goste de abraços apertados
Musculados
Delicados
De abraços virtuais
De abraços simulados
Eu gosto de dar abraços
Também de receber
De mandar abraços
Eu gosto de todos os abraços
De qualquer abraço
De abraços a qualquer hora
Mas do que eu gosto mesmo
Do que eu gosto mais
São dos teus abraços
A qualquer hora
De qualquer forma...
:)
Terça-feira, 17 de Maio de 2005
Um dia pediram-me para que escrevesse algo...assim o fiz. Confesso que inicialmente estava bastante contente com o resultado. Depois assolaram-me as duvidas. Depois as certezas que aquilo era estranho.
E por fim resolvi pedir opiniões.
Ouve uma que ficou, não a consigo separar deste poema... :)))
Aqui fica o registo do dia que me despi (um pouquinho)....
Hoje despi-me
Mordi a maçã
Vesti-me de serpente
Envolvi-te no meu Eu
Fundi a minha pele com a tua
O meu cheiro com o teu
Sorvi os teus lábios
Senti a tua pele quente....
Hoje despi-me
Transformei-me numa gota
Rolei pelo teu corpo
Transformei-me num rio
Cai no teu mar
Formei ondas, tempestades
Naveguei em ti
Ao sabor dos ventos
Hoje despi-me
Transformei-me num olhar
Quente ,doce,
Languido e ansioso...
Hoje despi-me só para ti....
E o comentário:
«...porque se lê assim de seguida. não há nada que nos faça parar e pensar ou saborear. nada, é só ir em frente....
.....de qq forma não é dos melhores. já li coisas bem mais bonitas...»
:))) como sou teimosa, persistente vou escrever até que o meu pc avarie ...isto é uma promessa
Vá façam uma onda e gritem Azulinha, Azulinha.... :)))
Talvez seja essa a única maneira.
Talvez assim deixes de açambarcar os meus sonhos
De os invadir dia após dia,
Noite após noite.
Talvez assim eu tenha paz.
Sem ti; sabendo-te longe,
Num longe inalcançável.
Porque a distância que nos separa agora é a distância dum estender de braço
E essa é demasiado curta para mim.
Mas depois as rendições
A minha vontade impera sobre a minha vontade:
Porque te quero,
Porque te desejo,
Porque quando estamos juntos és a minha respiração.
E porque quando te afastas me levas contigo
Sem que eu saia de onde estou.
Desejo a tua alma,
Desejo o teu corpo,
Desejo o teu ser.
Que o meu anelo te toque, e torne
Que o teu movediço eu
E os teus volúveis desígnios
Façam ninho na minha almofada.
Para sempre.
Quero dar-te um anel
@ do RB
Quarta-feira, 11 de Maio de 2005
E o destino passa por mim
como uma pluma caprichosa
Passa pelos olhos dum gato
Como o avião passa no céu do camponês
Como a cidade passa pelo convalescente
Que sai pela primeira vez
Nos olhos da mulher que não perdi nem ganhei...
Nos olhos que durante um segundo me compreenderam
E amaram
Na sua ternura quase insuportável
O destino passa...
No amigo que lentamente é puxado para o outro lado
Da razão
E um dia mergulha na sombra que trazia em si por
Resolver
O destino cumpre-se e passa
Na praia nocturna que as ondas visitam e deixam
Como as imagens que sem cessar em assaltam e
Abandonam
Na espuma que esmago contra a areia muito fria
Na mulher que me acompanha e comigo se perde na
Noite
Nos soluços de luz verde que um farol nos envia
O destino DETÉM-SE e passa
Na inesperada hora de felicidade
Vivida um pouco a medo
Como os amantes quando percorrem as ruas desertas
Dum jardim
Um pouco a medo
Como a breve noite de amor em que um homem se
Encontra e refugia
O destino DEMORA-SE e passa
Estou onde não devia estar
Mas basta
basta
basta...
Alexandre O'Neill
@ de mim para mim :) a origem da «plumacaprichosa»
Ensina-me, por favor
A viver sem ti
Sem os teus beijos
Sem o teu rosto na minha janela
Sem a tua presença aqui …
Diz-me como serei
Sem as tuas palavras doces
Sem o teu incentivo encorajador
Sem o teu carinho
Sem teu amor
Ensina-me
Como serei eu sem ti
Como viverei sem harmonia
Sem paixão, sem alegria
Sem ti, minha melodia
Ensina-me
A não mais te querer
A não te amar, na tua ausência
A viver apenas para mim
A não precisar de ti
A não fazer da tua alegria o meu sorriso
Ensina – me por favor …
@ do meu amigo ML
Hoje sinto-me vazio,
sem nada para dar,
vou ficar por aqui,
olhando a vida a passar,
esperando o fim do dia,
ate adormecer e sonhar,
Deixo então de me esconder,
por detrás da porta da vida,
entro nos sonhos,
comando meu destino,
sigo em frente,
procuro o objectivo
que dentro do meu sonho,
comanda a minha vida,
e sonho contigo..
@do meu amigo Passinho
Domingo, 8 de Maio de 2005
Confesso que este é o titulo mais estupido que encontrei para um blog. Aviso os incautos que aquilo da «Princesa» é publicidade enganosa.
Não faço parte da nobreza nem vou aos bailes da «rosa» no mónaco.
Não faço a menor ideia sobre o que vou fazer com este blog.
Apeteceu-me...«é facil e barato».
Bom mas de qualquer das formas vou deixar aqui uma coisa bonita um poema de Maria Teresa Horta de quem gosto particularmente. Como diz um amigo meu «os homens adoram-na e as mulheres invejam-na» :))))
Poema sobre a recusa
Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado …
nem na polpa dos meus dedos
se ter formado o afago
sem termos sido a cidade
nem termos rasgado pedras
sem descobrirmos a cor
nem o interior da erva.
Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
minha raiva de ternura
meu ódio de conhecer-te
minha alegria profunda