Terça-feira, 20 de Setembro de 2005

A «COISA»...

a coisa.jpg

Aiiiii tinha que se despachar. Sempre que pensava um pouco nesta «coisa» arrepiava-se. Só podia estar louca. Louca não…insana!!! A palavra insana sempre lhe pareceu pior que louca. Insana era qualquer coisa sem volta a dar.
Ela uma mulher inteligente (bom ela achava que era), formada, financeiramente, independente, uma boa casa, um bom carro, uma família bastante equilibrada (aqui era um ponto que gostava sempre de frisar), família equilibrada, igual a bases equilibradas, igual á pessoa que ela era. Aos 33 anos mantinha tudo no sitio, mamas no lugar sem precisar de utilizar os famosos soutiens up-up e muito menos silicone, rabo sem grandes problemas, pernas ok, uma carinha que não lhe causava desgosto, alta… . Ahhh e apesar de não ser casada mantinha uma ligação de 4 anos com um homem lindo, inteligente, a inveja de todas as mulheres, não se poderia dizer que fosse uma ressabiada, uma trintona seca e azeda.
Mas então porque raio aquela «coisa»…
Amava o namorado quanto a isso não tinha duvidas. Se bem que face ao stress do dia-a a-dia, a monotonia dos dias muitas vezes iguais a eles próprios, já não sentia aquela adrenalina, aquele nervosismo de satisfação sempre que se encontravam.
Mas enfim, as amigas queixavam-se do mesmo nos casamentos ou namoros como o dela. Para ser sincera queixavam-se muito mais, muito mesmo…
Um dia no escritório tinha apanhado a secretária a fazer «aquilo». Para ser sincera nem se tinha apercebido da «coisa», não fosse a secretária ficar vermelha e quase ter saltado para cima do monitor para o tapar (uma vez que não teve tempo de fechar a «coisa»).
Ela fingiu que não tinha visto nada, gostava da rapariga.
Mas nesse mesmo dia á tarde quando não estava muita gente pediu-lhe que lhe trouxesse um café e aproveitou para lhe falar no assunto:

- Ana, diz-me lá uma coisa que raio era aquilo que á bocado tapaste tão depressa.

Ela era assim frontal, e viu as cores assomarem de novo á cara da secretária. Começou a rir para tentar aliviar o clima. E funcionou.

- Bem sabe doutora, é uma forma de fazer amizades. Um CHAT!!!

E foi assim que a «coisa» surgiu. Atentamente foi ouvindo o que a Ana lhe dizia.
Local de amizades, taradices, encontros amorosos, enfim até (segundo a opinião da Ana) um local para «quecas» ocasionais (virtuais e reais). Um verdadeiro «Self-Service» de emoções.

Nessa noite entrou pela primeira vez na «COISA».
E desde ai aquilo tornou-se num vício. Mas agora a «COISA» tinha-se apoderado dela.
Passava o tempo a olhar para o relógio, tinha que chegar cedo a casa. Tinha encontrado na COISA uma pessoa maravilhosa o «o_fofo».
Todos os dias teclava com ele. Ele era maravilhoso. Sensível, educado, poeta, musico, formado, inteligente…enfim MARAVILHOSO.
Agora raramente estava disponível para os encontros reais com o namorado, se bem que desde há um tempo para cá, reparou que o namorado pouco insistia.
Quase que lhe fazia os convites por favor, e parecia aliviado sempre que ela lhe dizia que não podia. Tanto melhor.
Ela tinha a certeza que gostava dele…bem para ser sincera já não tinha tanto.
Passava a vida a fazer comparações com o_fofo, ele não era tão sensível, nem tão inteligente, nem poeta (aqui ela ria-se mesmo, não imaginava o namorado a falar de poesia).
O_fofo, entendi-a como mulher. O_fofo tinha alma de mulher.
Meu Deus, e o pior é que sentia aquele «nervosismo» quando se sentava em frente do computador.
Para que tudo corresse bem, hoje tinha telefonado ao namorado, ia-lhe dizer que estava cheia de dores de cabeça (para ele nem ter ideias de aparecer lá em casa ou de a convidar para sair) mas nem foi preciso, ele estava doente tinha comido algo estragado. Que alivio detestava mentir !!!!
Bolas já estava atrasada!!!!
Tinha que ir á lavandaria buscar o vestido preto e ainda tinha que tomar banho, arranjar o cabelo, pintar as unhas, maquilhar-se….bolas bolas!!!!
Tinha combinado um encontro com ele. Tinha-se recusado a trocar fotos. Isso não lhe interessava, ele podia ser horroroso fisicamente, mas era uma pessoa fabulosa.
Por isso tinham combinado que ela levava um vestido preto, com um alfinete prateado um pequeno escorpião e ele levaria um pólo vermelho.
Quando chegassem ao restaurante telefonariam (tinha trocado os números nessa noite) e assim facilmente se identificariam.
Por estranho que aquilo parecesse, nem sequer os nomes verdadeiros um do outro sabiam.
Nunca se sentira tão nervosa. Sentia-se como se tivesse 13 anos, quando pela primeira vez foi beijada, isso fê-la sorrir. Foi o pior beijo da vida dela, estava tão nervosa que apenas se concentrou no contacto físico das línguas e a troca de saliva. Não fosse o facto de puder dizer ás amigas que já tinha sido beijada, teria sido uma decepção aquele beijo.
Bom ia telefonar. Telefonou. Ele atendeu, uma voz que lhe dizia algo. Ela rodou a cabeça e foi quando o viu. E foi quando sentiu o frio no estômago, a adrenalina.
Sim aquela voz dizia-lhe tudo.
Ainda o ouviu a perguntar «- então onde é que estás???» antes de desligar e sair do restaurante a correr.
Agora, já estava mais calma. Enquanto beberricava um chá, pensava na maldita «COISA». Para ser sincera depois da crise de choro que tivera, só lhe apetecia rir.
Tinha que resolver aquilo, antes que passasse de louca a insana.
Resolveu telefonar ao namorado. O telefone tocou e aquela voz que lhe dizia tanto atendeu e antes que ele tivesse tempo de falar ela disse:

- Olha hoje tinha que te telefonar, para te dizer que és um homem maravilhoso, inteligente, sensível. Que tens uma alma de mulher. Que me entendes. Hoje meu querido apetece-me tratar-te por FOFO.

Depois de um longo silêncio do outro lado ouviu:

- Achas que pudemos jantar fora amanhã?? Tu levas novamente o teu vestido preto com o alfinete prateado do escorpião e eu levo novamente o meu pólo vermelho. E não desligues quando eu atender…

Ela ainda estava a sorrir quando desligou. Agora já tinha afastado a sombra da insanidade.

@ uma história totalmente ficticia. Espero que se divirtam tanto a lê-la como eu a escrevê-la. Um aviso cuidado cibernautas «eles andem aiiiii» ehehe :)
Decreto-Lei decretado por PrincesaVirtual às 18:21

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De Anónimo a 21 de Setembro de 2005 às 10:17
hum ... ja seria de prever o desenrolar .. o final é sim imprevisivel isso sim, embora tenha sido a "coisa" mais acertada a fazer :) .. beijosPasso
</a>
(mailto:Passodianisto@hotmail.com)
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