Segunda-feira, 10 de Julho de 2006

Apetecia-me...Apetecer-te...

@ www.asasnegras.sapo.pt é um dos blogs mais antigos que visito. Aconselho vivamente a visita ao mesmo. A sua autora CROWE escreve de uma forma deliciosa e encantadora. O nick soturno e negro ou o nome do blog, nada tem a ver com as suas palavras coloridas, quer na forma de poemas, contos, opiniões, sentimentos...and so on.

 Reconheço-lhe uma qualidade na escrita, que não tenho e que invejo.

Escreveu um conto para o meu «blog» em resposta a um pedido de «socorro» que lancei num dos meus «posts» . Diz ela que tentou escrever algo que tivesse a ver com o meu «reino».

E não é que acertou???

BINGO  este conto tem tudo a ver com o blog da Princesa!!!

Com os cumprimentos da vossa (salvo seja) Princesa  deixo-vos com a minha amiga CROWE

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A saia azul dançava à sua volta acariciando o vento como uma mãe passa a mão no cabelo do seu filho enquanto dorme. O Olhar perdido num pedaço de papel e um sorriso rasgado no rosto. Seria com certeza uma boa notícia.
Atrás das lentes escuras e enormes dos meus óculos de sol observava sem motivo algum… mas observava por me sentir presa ao sorriso rasgado e ao baloiçar da saia.
Abandonei a custo a observação e a melancolia. O dia de hoje era um dia apetece-me apetecer-te! Mas sabia que antes do sol abandonar o meu hemisfério eu teria de rebaptizar o meu dia.
Atravessei o Jardim da Estrela, fugi de um outro táxi e olhei a imponência da Basílica à minha frente. Senti-me pequenina!
Apetecia-me ser maior… sentir melhor… apetecia-me uma pistola com munições capazes de aniquilar o enorme «elefante» que tinha sentado no peito. Ele, tocou-me no ombro e arrancou-me dali sem que o «elefante» se levantasse do meu peito. Custava-me respirar! Arranquei a gravata mas entrei na Basílica cheia de gente sob a protecção das lentes imensas dos meus óculos e ele a puxar-me para a sacristia. Eu ia tentando imitar o sorriso da rapariga da saia azul enquanto os meus sapatos de salto agulha magoavam o mármore do chão. Ia ouvindo os comentários velados, escondidos entre dedos. Vi os meus pais e fiz um beicinho perante o olhar reprovador da minha mãe e o esgar forçado do meu pai, prestes a ter um ataque de riso.
- Despacha-te! Estão todos presentes só faltas tu! Anda despe-te depressa e enfia o vestido. - Dizia-me ele. Sentei-me numa cadeira e atirei os sapatos. Ele ajoelhou-se aos meus pés e retirou-me os óculos. Não pregaste olho esta noite pois não?
Acenei que não. Ele soltou-me o cabelo e tirou-me o casaco. - Eu também não. Acordei num hotel com isto!- mostrou-me o símbolo do infinito tatuado no pulso esquerdo. O «elefante» pressionava-me o peito. – Mas cheiras bem!
- Tomei banho! - lá lhe respondi e peguei no vestido cor-de-rosinha.- Tinha mesmo de ser cor-de- rosa? Odeio esta merda desta cor!
Ele levantou-se e pegou-me no queixo. – Cheiras a sexo! - O «elefante» pulou em cima do meu peito. E ele olhava-me nos olhos. - Sexo, foi por isso que te atrasas-te? - fugi com o rosto.
- Também tresandas a sexo…Deixa-me vestir! Não quero atrasar mais este casamento. Pede a alguém que me venha ajudar.
- Já te vi nua mais vezes. – Olhei para ele. - Mas sim mando cá alguém ajudar-te! Isso tem mais saiotes que uma sai da Nazaré. Não me vais dizer com quem estiveste? Vamos mesmo para a frente com isto sem que eu saiba?!
Empurrei-o. E fechei a porta. Apetecia-me ser a mulher da saia azul a acariciar o vento e um sorriso provocado por um pedaço de papel. Mas vesti o trapo cor-de-rosinha e deixei que me escondessem as olheiras e prendessem o cabelo. Saímos pela porta lateral e entrei na das damas de honor ao som da marcha nupcial. Que piroseira! Apetecia-me … apetecia-me! Fiquei com os olhos fixos em ti e até que o «elefante» se levantou e eu respirei. Não havia música pirosa, nem vestidinho nazarena versão cor-de-rosinha… havia o meu desejo a concretizar-se: Eu apetecia-te! Apesar de tudo!
Desapareceu uma cabeça com flores cor de rosinha, depois outra, depois outra… tu cada vez mais próximo… e eis que chego até ti e tal como as outras me desvio para a esquerda, revelando a visão de branco atrás de mim: aquela que seria oficialmente tua mulher. Aquela a quem aquietei o chão até ti.
O «elefante» sentou-se sobre o meu peito e já nem conseguia respirar…entre um copo e outro, um esforço e outro ainda maior consegui sobreviver àquele dia e noite… não conseguia vir-me embora… só conseguia olhar para ti! Enquanto dançava com o teu irmão vieste interromper… e como nos tempos de liceu rimos como tontos os três enquanto dançávamos juntos. Os teus pais passaram e riram da nossa figura tantas vezes retratada.
- Vá vem dançar comigo. Agora sou um homem casado e respeitador!
Dançamos uma daquelas musiquinhas «pop» que a tua visão em branco tinha escolhido como reportório. Olhei para ti!
- Ainda cheiras a sexo!- e deixaste que o odor te afogasse os pulmões. – Parece que existe alguém que marcou mais do que…
Apetecia-me… Abanei a cabeça e soltei o cabelo. E juntinho ao teu ouvido sussurei tanto quanto o meu «elefante» permitiu:
- Sim, sempre deixas-te em mim uma impressão! - Olhei-te nos olhos. – A última será permanente em ambos.
Ele olhou-me…coloquei o meu pulso esquerdo junto do dele.
 
 

 

sinto-me:
Decreto-Lei decretado por PrincesaVirtual às 23:07

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De falaparadentro a 11 de Julho de 2006 às 17:19
Depois de ler o comentário da Crowe, pensei, pensei, pensei, pensei....e pensei, e tornei a pensar...e depois vi que não havia necessidade de pensar tanto. Mas no entretanto, enquanto pensava, pareceu-me (e posso estar enganado, mas pelo sim pelo não...) que tinha sido mal interpretado, ou que me tinha exprimido mal (manda a educação que a minha mãezinha e o meu paizinho me deram, achar que foi esta segunda e não a primeira).

Vai daí, a ver se me explico melhor, que corro o risco de ter sido mal interpretado e eu não sou de correr riscos, que isso é para Homens e não para ratos nem para falaparadentros (eheheheheh!!):

1. Quanto ao “post”:
Gostei do conto. Tem sentir e tem pulsar. E está muito bem escrito. Não é de admirar, tendo sido escrito por quem foi. Lê-se, e “cheira a Crowe”. Já várias vezes elogiei (e muito) as qualidades da escrita da Crowe (e elogiarei as que forem preciso mais), como ela muito bem sabe. Já me atrevi (como ela muito bem diz) a escrever um texto a meias com ela (vi-me e desejei-me para acompanhar a pedalada...). Quanto à apreciação do post, é o essencial.

2.Quanto ao resto:
Apenas quis dizer que, quando vou a um determinado blog que costume ler, vou lá à procura de determinadas “coisas” (assuntos, estilos, formas de escrita, sei lá...). Quando não as encontro fico “desiludido”. Na maior parte das vezes desconheço a razão pela qual estão lá “outras coisas” em vez das que procuro. Por isso “como e calo”. Calha, neste caso, ser um blog muito característico, com um estilo muito próprio e marcado. Calha ser evidente a razão da minha “desilusão” (o post tem um estilo que não é o das coisas que aqui venho à procura). Calha também eu conhecer a autora do post, o que me deixou mais à vontade para escrever o que escrevi sobre a “descaracterização” do blog. E prontos. A minha intenção era só dar uma opinião construtiva, e nunca meter-me na linha editorial do blog.

À Crowe, as minhas desculpas pela deficiente expressão da minha ideia no comentário anterior.
À Princesa, as minhas desculpas pelo espaço ocupado.
De PrincesaVirtual a 11 de Julho de 2006 às 23:46
Fala para dentro...por quem sois meu reino tua casa :D (na tarda toda a gente é dona do meu reino ehehe...) beijos :D
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De
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